terça-feira, 29 de março de 2011

Nenhuma novidade.

Pela manhã, pesquisando material para a postagem do blog me identifiquei com uma reportagem em especial. Vale lembrar antes de mais nada, que os créditos da informação se deve a Diógenes Muniz e todos os demais profissionais envolvidos, da Folha. Pois bem: "Engraxate mora em árvore em plena Av. Marginal Leste" é o título da reportagem. Fantasia ou puro radicalismo de defensores dos direitos humanos - que para muitos não passam de desocupados. O que você pensa ao ler isso? No mínimo seria uma especulação da mídia. Entre essas e muitas outras conclusões pessoais, por mais que sejam variadas, um conspecto poderia enfatizar a reação ao lermos a reportagem: a tolerância. Você não leu errado, é isso mesmo, tolerância, disposição em admitir algo naquilo que não nos convém. É comum hoje para todos nós no tão proclamado "tempos modernos", em pleno "século XXI", na era da revolução de pensamento vermos filhos matando pais, crianças tendo filhos. Repito, crianças tendo filhos!. E nessa linha de pensamento é mais do que comum um homem qualquer morar em uma árvore, afinal o que esperamos de um engraxate? Uma casa decente, uma família feliz? Não, esperamos dele que deixe nossos sapatos brilhando. Ridículo seria mesmo dizer que um procurador da justiça dorme em meio a jornais em uma rua qualquer.
A verdade é essa, que tudo que existe hoje, na tão lembrada Declaração dos direitos do homem, direitos dos animais, direitos da criança e adolescente, direitos da mulher, direitos do idoso, direitos da árvore, da pedra, dos lagos, da flora em geral, enfim, na era dos Direitos de todas as formas ( e nenhum dever) tudo isso é comum, é normal. Vale lembrar que é normal desde não seja comigo.
Não poderia deixar de citar nossa personagem principal, André Luiz Rodrigues Augusto. Surpreso? Pois é, engraxate também tem nome. Segundo seu relato, ele fora jogado pela mãe no lixo, adotado, fugiu por conta das agressões que sofria, sem documentação, sem destino, sem nada, está por ai no mundo engraxando, catando latinhas, morando em uma árvore, fugindo dos perigos da noite paulistana, mendigos sendo queimados na sé, outros sendo baleados ali, outros lá. André está la em cima, se escondendo como caça do caçador. Agora, é novidade isso pra você leitor? Ficou surpreso? Claro que não, já sabemos disso a muito tempo, assim como sabemos que um mais um é dois. Lógico. Para André uma mais um é quatro, dez, quinze. Quem dera se um mais um fosse igual a dignidade.
E eu com isso? Mas o que tudo isso importa, deixemos problemas alheios de lado e desfrutemos nosso prato de comida na mesa e uma boa noite de sono naquela cama confortável. Claro, o que importa antes de tudo somos nós. Termino essa postagem como termina a matéria "Não é porque eu moro numa árvore que sou feliz"

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