sexta-feira, 29 de abril de 2011

O real.

Hoje presenciamos mais um marco da história mundial, especialmente para monarquia inglesa. Sim, o assunto mais badalado do momento: Willian e Kate. Dois jovens, de um lado um príncipe, o da realeza, de outro uma plebeia, uma comum. Uma chance de 10 elevado a milésima. A história perfeita, da fantasia dos contos ao real.
Da fantasia, ao real! Suponho que lendo até aqui podes perceber a dualidade que a palavra real nos abarca.
Real, a palavra nos remete seu significado, aquilo que é verdadeiro, aquilo que existe. Agora, e o oposto, aquilo que não existe,o ilusório e fantasioso, todo o resto, seria plebeu?
Kate dormiu plebeia, uma simples Kate entre muitas, acordou realeza, a Sua Alteza Real, a Duquesa de Cambridge. Que menina não se projetou por míseros segundos uma princesa, da carruagem à coroa, do príncipe ao castelo. Seria errado sonhar e de certa forma iludirmos com aquilo que desejamos? Sim, seria a resposta de um possível carrasco desiludido com a vida; Não, seria a resposta de um dentre milhares de milhões que esticam o máximo - e mais um pouco -  seu pescoço para saber o que há além horizonte: um sonhador, um desbravador, seja como queira chamar.
O casamento do século como especulam, deixou de ser um sonho, tornou sua própria materialização. Encheram a Abadia de Westminster, de um lado a proeminente monarquia e todo seu esplendor, à direita da Igreja assim como segundo a Bíblia, Jesus está a direita do Pai, de outro, o comum, o popular. Olha quão vasto é a reflexão que podemos analisar sobre as eras."Em pleno século XXI" monarquias sobrevivem, reis e rainhas mostram seu brio, ainda reinam, e mais: fascinam. É  cativante, atraente, alucinador... Não seria de menos, afinal, quem nunca quis estar acima, quem nunca quis ser "real"? E assim, de era em era, continuamos a esmo de nossas condições, continuamos a sonhar, continuamos a projetar aquilo que chamamos de destino.
Seria de grande valia lembrar aqui, que quando termina-se o jogo, o rei e o peão voltam para mesma caixa; ou mais: que " do pó viemos, para o pó retornaremos" O que nos faz sermos diferentes, mas ao mesmo tempo iguais? O que nos faz, seguindo a linha de pensamento construída até aqui, sermos falsos, comparados aos olhos daquilo que vemos como real? Perguntas inquietantes.
E como dizem os britânicos: Que Deus salve a Rainha!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Que dia é hoje?

Fiquei surpreso em não encontrar nenhuma reportagem, digamos, especial sobre esse dia. Não, não é Páscoa. Ainda não. Também não comemoramos nenhuma conquista dos direitos sociais como um salário mínimo que atenda a necessidades básicas, por exemplo. Algo me diz que isto está longe de acontecer. enfim. Afinal, que dia é hoje? Bem, hoje comemoramos (?) o dia do Descobrimento do Brasil, para ser mais meticuloso, comemoramos o Redescobrimento do Brasil, uma vez que já era habitado por índios. Mas disso todos nós sabemos. Isso pode ser prova que a cada ano, datas importantes perdem a sua importância, engrassado, o importante perder a importância?
Fazendo uma reflexão mais complexa, poderíamos dizer que hoje comemoramos o início da escravização e exploração dos índios? Que comemoramos o início dos saques aos recursos que aqui existiam? Comemoramos hoje a perda de riquezas inestimáveis para nos brasileiros. Será que teríamos a sagacidade de comemorarmos essa data marcante para nós? Esse foi o preço que pagamos para que pudéssemos dar inicio as relações internacionais.Um mundo sem fronteira, não é isso que queremos? Olha que engraçado, ontem também foi um dia importante. Não, não foi a Páscoa! Calma que Domingo já chega e dai sim você pode comer seu ovo de chocolate. Ontem foi o aniversário de execução de Tiradentes. Engraçado como as datas batem. Tiradentes foi um mártir da Inconfidência Mineira, que foi o movimento de revolta da separação do domínio da Corôa portuguesa. Junte os fatos: estávamos, até então sendo explorados por um país que não chega a ocupar a área do Piauí. Cômico? Não, trágico!
"A liberdade diminui à medida que o homem evolui e se torna civilizado". Momentos assim eu me questiono o motivo de macacos estarem em jaulas. Um dilema e tanto, concorda? E o que podemos fazer, já aconteceu! Podemos refletir, tomarmos medidas construtivas para não sermos "explorados", em que engloba sentido diversificado. O pior burro é aquele que não quer aprender. Aqui deparamos com outro problemas: nosso bom senso no que diz respeito a liberdade. Não proponho aqui um pensamento anarquista, de forma alguma, proponho um pensamento racional sobre o nosso dever, querer e poder. Che Guevara disse: "Sonhas e serás livre de espírito... luta e será livre na vida" Aqui, uma frase que sintetiza as consequências de nossas escolhas, seja pessoal ou social. O puro clichê social, já velho conhecido por quem lê as postagens do blog: competi a cada um de nós, os atos e as consequências.
Olha que engrassado, se é que consigamos rir, hoje também é Sexta-feira Santa. Dia de reflexão? Que isso. Índios sendo escravizados, recursos sendo saqueados, Tiradentes sendo enforcado, Jesus Crucificado!... Nossa que tragédia grega. Bem, grande porcaria tudo isso, afinal o que queremos mesmo é descer a serra, torrarmos no sol, enchermos a barriga de cerveja e crurrasco no vizinho. Mas calma, o brasileiro da seu jeitinho, tenho certeza que vai sobrar espaço para comer os veneráveis ovos de chocolate! Boa Páscoa

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Seria o momento?

Mais uma vez toda efemeridade, movida pela consternação e todo ardor sentimental da sociedade, causada pelo "massacre do Realengo", nos alerta para os perigos que corremos em tomarmos decisões de grande relevância social. É a incansável batalha entre a razão e a emoção, ambas importantes é claro, mas independente das nossas escolhas, trazem consigo altos preços. Falo da seguinte pergunta: " O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?"
Seria o momento ideal para tal plebiscito? Momento de extrema emoção ( que já demorou e muito para terminar!) sobre um caso isolado como o de Realengo, seria a justificativa para o "desarmamento"? Tomarmos decisões por impulso momentâneo ou pensarmos nas consequências impostas sobre tal decisão? Perguntas a parte, uma coisa é fato: com o sem armas continuaremos a matar; com ou sem armas estaremos a esmo da criminalidade. Pena que hoje não é 1º de Abril, poderia escrever que erradicamos a criminalidade, por exemplo, seus filhos poderiam brincar nas ruas, poderíamos abrir nossas janelas para escutar uma eufonia da natureza, mas na verdade é provável que escutemos o som do gatinho e uma voz fria e objetiva "parado, isso é um assalto!". Chega até ser cômico, mas como disse Chapin " A vida é uma peça de teatro". É raro encontrarmos alguém que consiga rir de seus próprios problemas, mais que isso, pessoas que saibam reagir. Essa é uma reação popular. Chega de armas, chega de brigas, quero paz e amor!. Puros exemplos de clichês. Queremos tudo e mais um pouco, mas pouco ou nada fazemos para conseguir.
Te faço a seguinte pergunta. A resposta obviamente cabe a você e junto com elas suas consequências, é claro. A foto ao lado, premiada de Eddie Adams, "A execução de Saigon", evidentemente mostra os extremos da vida. Chame isso se surreal, como queira, mas se pudesse escolher, quem você seria, o homem com a arma ou o prestes a sua execução?
Estaria disposto você a por sua vida em risco por pura onda se sentimentos passageiros? Ter uma arma em casa significa segurança? Que bases você se apoiaria em afirmar que um de seus filhos, que gozam pura inocência, jamais se atreveriam em se aproximar de uma arma, movida pela curiosidade? Conseguiu dar uma resposta para minha pergunta acima? Você está disposto a ser quem da foto?
Assim como você, já perdi a conta de quantas perguntas fiz. Confesso que poucas ou nenhuma consegui responder. Perguntas assim nos fazem rever conceitos e ideologias. Mas pra que levarmos a vida tão a sério, se nascemos de uma gozada? Pergunta mais do que irônica para o momento, concorda?
Algo me diz que daqui a 5 meses ou mais, as pessoas perguntarão se Realengo é de beber ou de comer, se é homem ou mulher. Isso prova nossa mediocridade e imaturidade aos problemas que ano após anos, ficamos, ou fingimos estar inertes. Afinal o que importa prioritariamente é a minha integridade. Agora se me perguntarem se sou a favor de investimentos na investigação e apreensão do tráfico de produtos ilícitos no Brasil, sem dúvidas, mudaríamos o teor em questão, chegaríamos a um consenso. Mas que seria ridículo seria, para não falar outra coisa, que  representantes políticos não tenham aptidão para discernir uma resposta cabível para tal pergunta.
Disse Barão de Montesquieu: "Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas". Cabe a nós sabermos escolher entre uma arma de fogo e o nosso desejo de mudança, nossa voz.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Negação.

Segundo psicólogos, pais agiram sem pensar. Verdade ou não, talvez você concorde comigo, ambos foram insensatos. Falo do caso dos pais que recusaram uma de suas trigêmeas, no Paraná. É isso mesmo que você leu, eles recusaram um de seus filhos.
Em depoimentos, a fertilização fora feito in vitro, e que de quatro óvulos, fertilizaram três. O problema é que os pais só queriam dois. E agora? Bem, seria entregue a doação, ou quisera Deus que um deles morresse ali mesmo. Não estou louco não, digo isso porque os mesmos pais buscaram recursos no exterior para abortar uma dessas crianças. Um documento, feito em Agosto de 2010 permitia a doação de um dos três, uma vez que não conseguiram meios de abortar um deles apenas.Até orientaram os familiares a não visitarem as crianças. Vai saber quem seria escolhido agora, seja pela cor da pele, cabelo ou olhos. Não sei qual seria os parâmetros que os pais, se podemos chama-los assim, utilizariam como meio de se livrar de um dos filhos.
Isso, diria, é surreal. A que ponto nós, "seres dotados da razão e da lógica" chegamos? Mas como nós somos maldosos leitor, não temos a capacidade de entender o desejo do casal, eles só queriam dois! O terceiro, em outras palavras, diria que no português claro e objetivo, que se dane, tanto fez como tanto faz. Não é isso que podemos concluir, com base nas atitudes desses "pais"? Se vermos aos olhos da religião, os filhos são presentes de Deus, dádivas, troféus para os pais, uma das provas concretas que existem sim um Deus, a perpetuação da raça...
Ora, esses mesmos pais, que segundos filosofias religiosas edificam seus filhos antes mesmo deles nascerem, são os mesmos que os rejeitam. Não é um caso inédito, temos muitos exemplo assim. Mas enfim, será que não seria conveniente o aborto?
Digo aborto sim. Reflita: O que pensaria uma criança sabendo que seus pais não os querem? O que você pensaria, sabendo que seus pais não o querem e você fora feito por "engano"? Qual seria o futuro de um ser-humano rejeitado pelos próprios pais?. Não, não. Aborto é contra as leis divinas, contra as escrituras, o direito à vida e tudo mais. Sim, tudo bem. Mas o que é um pai contra o nascimento de um de seus filhos? O que é o homem lutando contra o próprio homem? Temos de tomar medidas urgentes, a sociedade está começando - se é que não começou- a depravar a si mesmo. Sim, a sociedade já começou! Como pode perceber, entrei em contradições de pensamento, porque insisto em acreditar em dias melhores, insisto em acreditar naquilo que chamamos de utopia. Não existira uma sociedade perfeita, mas podemos sim, tornar a sociedade consciente de seus atos, a lei da ação e reação.
Um dos grandes problemas do mundo, é a falta de planejamento familiar. Uma família planejada, seja económica e psicologicamente, mudaríamos significativamente esse cenário. Claro que haverá, digamos, imprevistos, mas uma criança sendo educada por pais responsáveis, por famílias que não surgem do acaso, poderíamos sim, revigorar os rumos que seguiremos no futuro.
Margareth Zanardini, advogada dos pais, diz que eles estão "desesperadamente, procurando todos os meios" para ter seus filhos de volta, e mais: farão apelo internacional. Será que adianta agora? Seria o futuro dessas crianças, separadas ou não, literalmente jogadas como lixo para adoção?. Logo veremos uma placa: Filhos por encomenda, compre dois e leve o terceiro de graça.
Como disse Raul Seixas " A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal". Louco ou não, tire suas próprias conclusões leitor.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bicho Homem.

Mais uma vez a tão prestigiada "Cidade Maravilhosa" deixou marcas hoje no riquíssimo histórico criminal; derramamento de sangue, destruição de famílias e entre outros mais que o Rio de Janeiro vem sofrendo. Mas dessa vez algo diferente, se assim podemos dizer, nos trouxe o sentimento de repúdio e inconformismo quanto as atrocidades do homem para com o seu semelhante. Talvez pelo fato de fugir ao nosso padrão cultural, fiquemos estarrecidos ao depararmos com uma verdadeira chacina.
Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, entrou na escola municipal Tasso da Silveira no Realengo, zona oeste do Rio, para o que ele chamou de uma palestra em comemoração aos 40 anos da unidade. Sem menos esperar, sacou sua arma e atirou, provocando a morte de pelo menos 11 crianças e muito feridos, segundo informações atualizadas. Pois bem: deixemos de lado os números e estatísticas. Agora eu pergunto a mim mesmo, ironicamente, o que são algumas dezenas de crianças mortas, se compararmos as tantas que estão para morrer nos próximos minutos, horas, dias, enfim, em todo território brasileiro, quantas dezenas de "brasileirinhos" como disse a presidente Dilma, estão prestes a perder um futuro? Esqueçamos novamente de dados, e passemos a refletir em quanto sangue esta sendo derramado em todo país. Claro que o fato ocorrido no Rio hoje nos deixa estupefados, uma vez a escola que tem por finalidade a formação de futuros cidadãos, tornar-se drasticamente em um palco de tragédia grega. Isso nos causa todo esse sentimento humanitário, crianças indefesas, vendo suas vidas e de seus colegas sendo tiradas, ao mesmo tempo. Agora se fosse por exemplo 11 crianças em eventos separados, independente do lugar, sendo mortas, será que isso chamaria a atenção em massa, as redes sociais, meios de comunicação, enfim, será que nos causaria esse sentimento? Sim, é "normal", satiricamente dizendo, crianças morrerem em meio a grande criminalidade que encontra nosso país, que não é um evento isolado, uma vez que a criminalidade existe em todas as sociedades. Ora, você se pergunta, mas disso eu já sei, que existe criminalidade em todo o mundo. Sim, indelevelmente existe, mas eu reafirmo aqui para deixarmos claro que isso não é exclusividade brasileiro, como muitos pensam. Casos assim não fogem dessa mesma dita "normalidade" nos Estados Unidos por exemplo, que eu poderia perder aqui horas e horas citando exemplos.
Agora a conversa é diferente, aconteceu aqui em meio a nossa cidades. Será que absorveremos com tanta intensidade um possível segundo acontecimento parecido como esse?
De uma coisa estamos certos, e que em mim, particularmente me deixa remansoso é esse sentimento humanitário que contagia o brasileiro nesses momentos de socorro, assistência e amparo aos que precisam. Isso nos humaniza, literalmente é um tapa na cara, que nos mostra a nossa condição de igualdade e fragilidade, ela mesma, que tanto cito aqui: a condição humana.
Em carta deixada pelo autor do crime, ele mostrou um certo descontrole, até mesmo uma certa insanidade movidas por conspecto de doutrinas religiosas, no caso o islamismo. Ele via "impureza nas crianças", " não poderia ser tocado por fornicadores", deixou uma casa no qual ele quer que seja usado por " pessoas generosas que cuidam de animais abandonados", afirmou também ser portador de HIV. Está claro para nós que eles estava descontrolado. Entre essas e outras, vale lembrar que o presidente da Comissão de Ética da União Nacional das entidades Islâmicas do Brasil, Jihad Hassan Hammad, não reconheceu a relação de Wellington com o Islamismo e que o "Alcorão diz que aqueles que tiram a vida de inocentes é como se estivesse assassinando toda a humanidade" e que o "islamismo não aceita extremismos". Mas não podemos negar o fanatismo de certas pessoas, falando da religião como um todo, no qual são capazes de matar em nome de seu deus.
Para o sargento Marcio Alvez que atirou na perna de Wellington, impedindo que ele fosse para outras salas de aula, vê essa situação como dever cumprido. Para nós que assistimos vemos como um ato insano de covardia sem explicações.
Primata bípede, do gênero Homo, família Hominidae, mamífero e blá blá blá. Não conhece? Pois eu te apresento ao bicho homem. Que preza antes de mais nada seus interesses e ideologias pessoais, nem que seja preciso matar, roubar, de certa forma manipular os seus semelhantes. Este é o bicho homem. Bicho, como você leu. Não sei se poderia colocar aqui a "principal" característica  que nos distingue de outros animais, além das características morfológicas. Falo da razão, do raciocínio. Isso anda em falta hoje.
Aproveitando essa linha de pensamento, quanto as características da evolução biológica do homem, termino com a frase de Mário Quintana; " O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado, é este pressentimento de que ele venha ser nosso futuro".