quarta-feira, 13 de abril de 2011

Seria o momento?

Mais uma vez toda efemeridade, movida pela consternação e todo ardor sentimental da sociedade, causada pelo "massacre do Realengo", nos alerta para os perigos que corremos em tomarmos decisões de grande relevância social. É a incansável batalha entre a razão e a emoção, ambas importantes é claro, mas independente das nossas escolhas, trazem consigo altos preços. Falo da seguinte pergunta: " O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?"
Seria o momento ideal para tal plebiscito? Momento de extrema emoção ( que já demorou e muito para terminar!) sobre um caso isolado como o de Realengo, seria a justificativa para o "desarmamento"? Tomarmos decisões por impulso momentâneo ou pensarmos nas consequências impostas sobre tal decisão? Perguntas a parte, uma coisa é fato: com o sem armas continuaremos a matar; com ou sem armas estaremos a esmo da criminalidade. Pena que hoje não é 1º de Abril, poderia escrever que erradicamos a criminalidade, por exemplo, seus filhos poderiam brincar nas ruas, poderíamos abrir nossas janelas para escutar uma eufonia da natureza, mas na verdade é provável que escutemos o som do gatinho e uma voz fria e objetiva "parado, isso é um assalto!". Chega até ser cômico, mas como disse Chapin " A vida é uma peça de teatro". É raro encontrarmos alguém que consiga rir de seus próprios problemas, mais que isso, pessoas que saibam reagir. Essa é uma reação popular. Chega de armas, chega de brigas, quero paz e amor!. Puros exemplos de clichês. Queremos tudo e mais um pouco, mas pouco ou nada fazemos para conseguir.
Te faço a seguinte pergunta. A resposta obviamente cabe a você e junto com elas suas consequências, é claro. A foto ao lado, premiada de Eddie Adams, "A execução de Saigon", evidentemente mostra os extremos da vida. Chame isso se surreal, como queira, mas se pudesse escolher, quem você seria, o homem com a arma ou o prestes a sua execução?
Estaria disposto você a por sua vida em risco por pura onda se sentimentos passageiros? Ter uma arma em casa significa segurança? Que bases você se apoiaria em afirmar que um de seus filhos, que gozam pura inocência, jamais se atreveriam em se aproximar de uma arma, movida pela curiosidade? Conseguiu dar uma resposta para minha pergunta acima? Você está disposto a ser quem da foto?
Assim como você, já perdi a conta de quantas perguntas fiz. Confesso que poucas ou nenhuma consegui responder. Perguntas assim nos fazem rever conceitos e ideologias. Mas pra que levarmos a vida tão a sério, se nascemos de uma gozada? Pergunta mais do que irônica para o momento, concorda?
Algo me diz que daqui a 5 meses ou mais, as pessoas perguntarão se Realengo é de beber ou de comer, se é homem ou mulher. Isso prova nossa mediocridade e imaturidade aos problemas que ano após anos, ficamos, ou fingimos estar inertes. Afinal o que importa prioritariamente é a minha integridade. Agora se me perguntarem se sou a favor de investimentos na investigação e apreensão do tráfico de produtos ilícitos no Brasil, sem dúvidas, mudaríamos o teor em questão, chegaríamos a um consenso. Mas que seria ridículo seria, para não falar outra coisa, que  representantes políticos não tenham aptidão para discernir uma resposta cabível para tal pergunta.
Disse Barão de Montesquieu: "Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas". Cabe a nós sabermos escolher entre uma arma de fogo e o nosso desejo de mudança, nossa voz.

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