quinta-feira, 31 de março de 2011

TRANSFORMAÇÃO I

Algumas pessoas que acompanham o blog me deram a ideia de colocar aqui, além das postagens semanais, tópicos sobre comunidades, entidades não governamentais sem fins lucrativos, projetos sociais em geral; pessoas e comunidades que muitas vezes agem no anonimato, visando melhorias na qualidade de vida em seu bairro ou cidade, assim proporcionando cultura, responsabilidade moral e cívica, em suma: formando os cidadãos do futuro. Pessoas que se cansaram de esperar e botaram a mão na massa, que dão vida a TRANSFORMAÇÃO.
Assim tem sido o projeto Viva Favela,criado em julho de 2001, no qual moradores com reportagens, vídeos e fotos retratam a vida em comunidades da periferia, seus problemas e as medidas adotadas para superá-los. O projeto propõem mudanças sociais no combate a desigualdade e restauração da qualidade de vida. Sobre coordenação de Mayra Jucá, Viva Favela está mostrando que é possível " deixar este lugar melhor do que encontrei" Conheçam mais sobre o projeto http://www.vivafavela.com.br



terça-feira, 29 de março de 2011

Amor à vida.

Dos muitos títulos que poderia escolher, não há melhor que sintetize José Alencar Gomes da Silva se não o amor à vida. Não poderia deixar de dar meu parecer em um momento de grande pesar. Hoje pela manhã, vendo ao noticiário, novamente pudemos acompanhar essa dura caminhada e infatigável luta em busca de prorrogar sua morte. José Alencar não só foi, mas será para todos os brasileiros que tem consciência de sua representatividade, um exemplo de superação e altivez, que começa pela sua família e alcança as fronteiras dessa nação continental. José Alencar é o modelo concreto do que chamamos de fé. Foram 17 cirurgias. Perdeu rim, partes do estômago, intestino delgado e grosso, mas não perdeu a alegria, não perdeu o sorriso. Marca indelével da sua personalidade. Até o ultimo momento de vida ele não se deu por vencido ao cancêr. Vale lembrar sim ao que muitos especulam ser sorte, se tratando de suas condições financeiras, que ajudaram - e muito - o seu tratamento até aqui. Agora te pergunto leitor, sorte?
Ele nasceu em 17 de Outubro de 1931 em Muriaé, Minas Gerais, aos 7 anos começou ajudando seu pai em uma loja, com 14 irmãos, aos 14 começou a trabalhar como balconista numa loja de tecidos " A Sedutora". Muda mais tarde para Caratinga no qual destacou-se como grande vendedor. Aos 18 abre seu próprio negócio "A Queimadeira". Mais tarde ele ajudou a dar vida a Coteminas. Eu assisti a uma de suas entrevistas ao Jô Soares em 2010 ( que inclusive recomendo a assistir os vídeos) que ele conta por exemplo em tom humorado e bem emocionado o que ele fazia com seu salário, e mostra a sua vocação desde cedo para os negócios. Depois de tomarmos noção de sua trajetória, de balconista a dono de um império têxtil, de uma família simples a vice-presidente da república, eu te pergunto, seria mesmo sorte? Não, isso é persistência, é coragem de encarar a vida e provar que é possível.
Dos muito sinônimos ditos aqui em se tratando de José Alencar destaco a tenacidade. Ele mesmo fazendo parte do corpo administrativo e governamental do país, fora um crítico ferrenho em se tratando de juros por exemplo. Mais uma prova de seu compromisso com a verdade, de seu caráter e brio. Só mesmo um homem assim, com essas e muitas outras qualidades, teria integridade ao se tratar de críticas. "Não tenho medo da morte, não sei o que é morte". Só mesmo um homem como José Alencar poderia enfatizar essa posição, como muitas vezes fez. Homens assim fazem falta para o Brasil. Mas ele cumpriu sua missão, deixou suas marcas, carimbou sua existência na história. Encerro com os seguintes dizeres que julguei mais adequados ao momento: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé". Meus pêsames.

Nenhuma novidade.

Pela manhã, pesquisando material para a postagem do blog me identifiquei com uma reportagem em especial. Vale lembrar antes de mais nada, que os créditos da informação se deve a Diógenes Muniz e todos os demais profissionais envolvidos, da Folha. Pois bem: "Engraxate mora em árvore em plena Av. Marginal Leste" é o título da reportagem. Fantasia ou puro radicalismo de defensores dos direitos humanos - que para muitos não passam de desocupados. O que você pensa ao ler isso? No mínimo seria uma especulação da mídia. Entre essas e muitas outras conclusões pessoais, por mais que sejam variadas, um conspecto poderia enfatizar a reação ao lermos a reportagem: a tolerância. Você não leu errado, é isso mesmo, tolerância, disposição em admitir algo naquilo que não nos convém. É comum hoje para todos nós no tão proclamado "tempos modernos", em pleno "século XXI", na era da revolução de pensamento vermos filhos matando pais, crianças tendo filhos. Repito, crianças tendo filhos!. E nessa linha de pensamento é mais do que comum um homem qualquer morar em uma árvore, afinal o que esperamos de um engraxate? Uma casa decente, uma família feliz? Não, esperamos dele que deixe nossos sapatos brilhando. Ridículo seria mesmo dizer que um procurador da justiça dorme em meio a jornais em uma rua qualquer.
A verdade é essa, que tudo que existe hoje, na tão lembrada Declaração dos direitos do homem, direitos dos animais, direitos da criança e adolescente, direitos da mulher, direitos do idoso, direitos da árvore, da pedra, dos lagos, da flora em geral, enfim, na era dos Direitos de todas as formas ( e nenhum dever) tudo isso é comum, é normal. Vale lembrar que é normal desde não seja comigo.
Não poderia deixar de citar nossa personagem principal, André Luiz Rodrigues Augusto. Surpreso? Pois é, engraxate também tem nome. Segundo seu relato, ele fora jogado pela mãe no lixo, adotado, fugiu por conta das agressões que sofria, sem documentação, sem destino, sem nada, está por ai no mundo engraxando, catando latinhas, morando em uma árvore, fugindo dos perigos da noite paulistana, mendigos sendo queimados na sé, outros sendo baleados ali, outros lá. André está la em cima, se escondendo como caça do caçador. Agora, é novidade isso pra você leitor? Ficou surpreso? Claro que não, já sabemos disso a muito tempo, assim como sabemos que um mais um é dois. Lógico. Para André uma mais um é quatro, dez, quinze. Quem dera se um mais um fosse igual a dignidade.
E eu com isso? Mas o que tudo isso importa, deixemos problemas alheios de lado e desfrutemos nosso prato de comida na mesa e uma boa noite de sono naquela cama confortável. Claro, o que importa antes de tudo somos nós. Termino essa postagem como termina a matéria "Não é porque eu moro numa árvore que sou feliz"

quarta-feira, 23 de março de 2011

Somos a rocha.

Alguns dias antes da chegada do presidente americano Barack Obama ao Brasil, já formulava algumas deduções quanto aos seus discursos. Não tive tanta surpresa. O Povo -  isso mesmo, com P maiúsculo- como de costume fora aclamado, exaltado, colocado nos mais altos patamares globais, como de costume, afinal, não é esse um de nosso desejos mais profundos? O desejo do reconhecimento, o sentimento da vanglória. Ah, hormônio poderoso e afamado que circula por nossas veias!. O brasileiro mais uma vez ouviu o que queria ouvir, bebeu desse vinho chamado ego. Mas não estamos bêbado não. Sim, ele mesmo, considerado o homem mais poderoso do mundo, acariciou nossas cabeças, andou por nossas ruas, subiu o morro de nossas favelas, sim ele mesmo. Nos encheu de mimos e afagos, nós que adoramos bater no peito, na raça e bradar aos quatro ventos com a fúria de um leão ao som da mais harmoniosa sinfonia "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor"( normalmente falamos isso em copas do mundo ou seja, de quatro em quatro anos).
Foram momentos históricos: o primeiro presidente negro Norte-americano e a primeira mulher presidente do Brasil, ambos figuras simbólicas de renovação ideológica, que por força de aclamação social tornaram-se ambos, puras estratégias de marketing, que por sua vez são de incontestável importância, uma vez que são a alma do negócio, a propaganda do produto que vendemos.
Tenho a leve impressão que o Brasil cheira ouro negro la fora, cheira petróleo puro, ou ainda eles sintam o doce caldo da cana-de-açúcar, ou aquele leve frescor do álcool em contato com nossa pele, que me lembra etanol. Seria isso um pequeno delírio do meu pensamento leitor?
É indiscutível, por mais cético que sejamos, o novo cenário global, nas diversas questões políticas e econômicas a presença brasileira nas opiniões e decisões. Estamos ganhando destaque nos palcos mundo a fora, o que foi um dia país-colônia, um território onde imperou uma sociedade escravocrata, uma população que em 1964 viu sua voz calada, seus direitos reprimidos pela ditadura, hoje se ergue como a sétima economia global, hoje se mostra uma nação-superação. "O Brasil é a bola da vez", pena que não é uma bola de futebol, tirávamos de letra, mas fazermos o que.
Em suma, a visita de Barack Obama pode sim ser vista como um reconhecimento desse novo Brasil, mas também, é claro, movida por interesses diplomáticos. Mas afinal o que trouxe Obama ao Brasil? Eu, buscando uma resposta objetiva que sintetizasse essa pergunta, encontrei alguns dizeres que até agora foram os mais cabíveis. " O maior medo de um rei é de perder a sua coroa". Vamos e venhamos, Estados Unidos já perderam seu trono, e o Brasil com isso? Somos a rocha, para uma possível edificação segura dos novos muros Norte-americanos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Provocando a própria morte.

Ficamos surpresos ao vermos a reação japonesa em meio a destruição de comunidades inteiras, casas destruídas, famílias separadas em busca do paradeiro de seus parentes mais próximos temendo o pior, isso se é que pode haver o pior, depois de um terremoto de 8,9 graus da escala Richter e um tsunami com ondas de até 10 metros, ficamos surpresos sim, com o comportamento social em meio de toda essa lástima; a ideia de pensar no próximo, de pensar no coletivo; ficamos estagnados com controle primeiramente pessoal, que resulta por fim no controle social. Mas era de se esperar um país acostumado com catástrofes naturais, já que se encontram próximos a falhas geológicas e também vale lembrar que estamos falando da terra dos Samurais no qual sua principal característica era a disciplina, que conta e muito em momentos como esse. No Japão a população é educada desde cedo como proceder em momentos de terremotos e tsunamis. Prova disso por exemplo é a palavra Tsunami, que provém do japonês. Podemos resumir todo esse processo numa característica  natural do homem: adaptação. É inquestionável a força que a natureza resulta sobre nós e que nada somos contra ela. Com todo treinamento e preparo existem falhas, claro, uma vez que terremotos são alertados minutos antes. Podemos concluir então que não podemos controlar a natureza e seus efeitos, uma vez que tudo está em constante processo de transformação. Mas pode haver algo pior que isso? Terremotos, ondas gigantes. Pode sim, e como! Falo da energia nuclear.
Esse é um produto da ação do homem, portanto responsabilidade do mesmo. É inimaginável a força resultante da energia produzida pela reação em cadeia da fissão nuclear, as consequências sofridas pela vida que entram em contato com a radiação. Essa mesma energia, que por "ironia do destino", assim dizendo, destruiu as cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki em 1945, e fez de Chernobyl uma cidade-fantasma em 1986, agora estão mostrando sinais de vida em Fukushima. Será esse nome, Fukushima, o próximo da lista de desastres provocados pelo homem? Descendentes até hoje apresentam problemas congênitos e anomalias genéticas  de acidentes nucleares. Grande porcaria tudo isso, o que eu tenho a ver com esse problema?.Bem você não tem  nada a ver com problema nenhum, desde que você viva em Marte ou outro confim do universo. Se bem que o homem anda mais com o pensamento na lua, mas enfim, como disse é inimaginável a força destrutiva da radioatividade. O que diferencia o Brasil do Japão? Muitas coisas você responderia: O brasil é a sétima economia do mundo, já o Japão é a terceira maior. Também podemos citar nossas características morfológicas, que nos distingue, os olhos puxados, altura, entre outras formas; budismo religião predominante lá, cristianismo aqui. Entre muitas outras diferenças sociais e culturais, uma nos iguala: a condição humana. Somos humanos, leitor, grande novidade!, clichê básico. Para entendermo realmente isso precisamos literalmente sentir na pele a terra tremer, não em bailes de funk, onde o chão treme todo (como de costume brasileiro), precisamos ver nossos amigos sendo levados pela água, precisamos sentir a excêntricidade da vida. Assim, possamos entender definitivamente nossa fragilidade.

Nesses momentos apelamos à Deus, ajoelhamos, prometemos, rendemo-nos. Mas cadê ele? Não salvou as vítimas, estava dormindo na hora do tremor? Ou será que Deus não aguenta mais por o seu dedo divino nos nossos problemas, será que ele não se cansou de passar a mão em nossas cabeças? Se virem! Por enquanto vivemos, até que venha a morte, nós a provocando ou não.

Termino agora com as palavras de Friedrich Nietzsche.
Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acabou, e agora?

Ah, o carnaval! "O tempo esquentou, O samba vai raiar, Quem é fraco se arrebenta, Quem é forte, vai sambar, Até de manhã."  Assim tem sido esses últimos quatro dias de esbórnia, a farra, a bebedeira, a vida boemia de ser. Carnaval é tempo de alegria, de sacodir o esqueleto, de por pra fora nossos instintos primitivos, no carnaval somos como a Sandy: mostramos nosso lado Devassa, o lado libertino, o lado libidinoso de ser. A ginga sensual toma conta de nossas veias, o rebolado se espalha pelas planicies do território, o frevo, Olodum, o samba-enredo a união de todos os ritmos e sons com um propósito: suscitar o nosso desejo guardado por meses, o desejo da carne, o desejo do contato, corpo a corpo, de beijar na boca, de beber até não aguentar, de colecionar nosso albúm de ficantes(só não fale repetir figurinha);enfim, é Deus no céu e o carnaval no Brasil.
O carnaval não é brasileiro, como muitos imaginam. O carnaval tem um origem incerta: uma festa primitiva, pagã, em adoração aos deuses, Baco por exemplo, deus do vinho ( que alegrou e muito o coração do homem, nesses dias de folia), também as Saturninas romanas, ligadas a celebrações órgicas. Mas carnaval também vem de "carne vale" ou " adeus a carne", que antecede o início da quaresma.
Mas voltando ao Brasil, o carnaval sendo profano, pagão ou religioso, sintetizando, seja qual for a origem do carnaval, ele traz por consequência alguns "probleminhas" (minimizando a palavra talves possamos nos cativar ainda mais com ela). Daqui a nove meses por exemplo, as maternidades estarão movimentadas, adolecentes tendo seu primeiro, segundo filho, muitas delas abandonadas pelos pais, isso se é que elas saibam quem são os pais, afinal, carnaval ninguém é de ninguém. Jovens morrendo em estradas por estarem alcoolizados. Vamos e venhamos agora, é ridículo, hoje, com tanta informação ( que em mim me da certo desprezo em ouvir), tanta conscientização, o cara se matar batendo de frente a outro carro ou mais ainda, fulano dizer que esta com Aids, HIV, seja que pandemônio for, tudo isso se tornou de certo modo ridículo, sem sentido, uma vez que estamos carecas de ouvir, popularmente falando. Não basta distribuição gratuita de camisinha? Já sei, não tem de sabor morango que você tanto queria. Cartazes e comerciais coloridos previnindo sobre acidentes no transito? Querem exemplos claros de frases clichês? " Se beber não dirija", "se transar, use camisinha". De certo modo tenho vontade de rir da pessoa que me fala isso. Mas por outro lado, falando tudo isso mesmo assim acontece, imagine se não falassemos? Depois me dizem..." nossa estamos em pleno século XXI", sim eu sei meu caro. Acontece o seguinte, os séculos estão passando, as coisas mudando, mas ainda insistimos em sermos parvos, fúteis.
Aproveitemos, então o carnaval, alimentemos nosso libido, fortaleçamos nossos devaneios e desilusões. Não existe melhor representante do carnaval senão a figura idônea do Rei Momo, que por incrível que pareça, segundo a mitologia, de personalidade zombateira e sarcástica, fora expulso do Olímpo - morada dos deuses- porque ele ridicularizava as outros divindades, tinha isso por diversão.Quer melhor representante que esse, zombador e sarcástico? Pois bem, terça-feira foi o dia que nossos corpos pegaram fogo, entramos no apogeu da nossa carne, sentimos esse calor contagiante do carnaval em nossas veias, pra Quarta-feira, amanhecemos em cinzas de tanto queimarmos. Bem vindo a realidade: compromissos, trabalhos, dívidas... a vida leitor. Temos de encarar.
Afinal, não somos a Mulher Maravilha pra fugir com o Super-men.

terça-feira, 1 de março de 2011

Telas da Imaginação.

No último Domingo assistimos à 83ª cerimônia da entrega do Oscar, que premia, por excelência, os destaques cinematográficos do ano. O cinema é uma das diversas ferramentas utilizada por nós, para a expressão, ou seja, a manifestação natural do individuo seja ideias, pensamentos, sentimentos, n formas de pensarmos em algo e desejarmos a sua realização. Portanto, expressão é a materialização de nossos então pensamentos, é o libido carnal de vermos e ouvirmos aquilo que almejamos, de querer ser aquilo que sonhamos. Sonhos: essa é uma palavra forte para o cinema, em suma para a vida. Ao assistirmos um filme, compartilhamos de um mesmo sonho, compartilhamos um estado de êxtase, num estado ilusório de realização de nossos mais íntimos pensamento, já que a "expressividade é um dado de aproximação, raramente de exatidão". Todo esse processo vêm sendo desenvolvido a milênios, uma vez que o homem, conquistando a capacidade de pensar e articular suas opiniões, descobriu particularmente em desenhos, consignar seus feitos diários, propiciando o inicio da necessidade de expressão, a necessidade de respostas e o reconhecimento de igualdade, em condições naturais, em relação a outros animais, a biodiversidade em si. no qual não somos mais, nem menos, somos iguais. Assim, como tudo tende a evoluir ( menos nós que insistimos em crescer iguais a rabos de cavalo, para baixo), os diversos modos de expressão evoluíram, de rabisco rupestre até as telas do cinema, as telas da imaginação.
Mas ao terminarmos de assistir nossos ditos "sentimentos", saímos desse estado transitórios e entramos no estado real. O cinema é como nossa mente, esperamos impacientes na fila, pagamos certo preço para entrar nele, adentramos em corredores escuros, grandes cubos negros e no mais inesperado momento, no mais inusitado, eis que surge uma forte luz: o filme começou. Tomamos um banho divino de sensações, ali somos o que queremos, mas de certo modo não podemos ser, ali somos heróis, mocinhos, vilões, vemos refletir sobre nós o doce gosto da ilusão. Assim é nossa vida. Ah, aluados devaneios!
Como toda sessão de cinema tem um fim, nossos insanos desejos também somem, acordamos para o mundo em nossa volta, problema aqui, ali incêndios, lá enchentes... Bem vindo a realidade, mundo cruel, regida por leis naturais, onde lutamos ou morremos, e por mais que a escolha seja lutar, no final sempre morremos. Crueldade, desigualdade, destino? Não, isso é o mundo das ideias, de expressões, um mundo regido pelo milagre da renovação, onde nada nasce e muito menos morre, tudo se renova, no qual temos oportunidade de moldar, onde podemos materializar, segundo nossa expressões, segundo nossa lucidez.
Toda essa perda de razão, do certo ou errado, do sim ou não, do real ou imaginário, tem uma finalidade: mostrarmos para o mundo que existimos, mostrar que ocupamos espaço no universo. Essa é uma das finalidades do meu blog, me expressar para as pessoas, mostrar que existo. Oi, estou aqui! eu existo. E você leitor, você mesmo, existe, é real? Se sim, mostre para o mundo, materialize-se para que todos possam te ver, mostre-se!