terça-feira, 29 de março de 2011

Amor à vida.

Dos muitos títulos que poderia escolher, não há melhor que sintetize José Alencar Gomes da Silva se não o amor à vida. Não poderia deixar de dar meu parecer em um momento de grande pesar. Hoje pela manhã, vendo ao noticiário, novamente pudemos acompanhar essa dura caminhada e infatigável luta em busca de prorrogar sua morte. José Alencar não só foi, mas será para todos os brasileiros que tem consciência de sua representatividade, um exemplo de superação e altivez, que começa pela sua família e alcança as fronteiras dessa nação continental. José Alencar é o modelo concreto do que chamamos de fé. Foram 17 cirurgias. Perdeu rim, partes do estômago, intestino delgado e grosso, mas não perdeu a alegria, não perdeu o sorriso. Marca indelével da sua personalidade. Até o ultimo momento de vida ele não se deu por vencido ao cancêr. Vale lembrar sim ao que muitos especulam ser sorte, se tratando de suas condições financeiras, que ajudaram - e muito - o seu tratamento até aqui. Agora te pergunto leitor, sorte?
Ele nasceu em 17 de Outubro de 1931 em Muriaé, Minas Gerais, aos 7 anos começou ajudando seu pai em uma loja, com 14 irmãos, aos 14 começou a trabalhar como balconista numa loja de tecidos " A Sedutora". Muda mais tarde para Caratinga no qual destacou-se como grande vendedor. Aos 18 abre seu próprio negócio "A Queimadeira". Mais tarde ele ajudou a dar vida a Coteminas. Eu assisti a uma de suas entrevistas ao Jô Soares em 2010 ( que inclusive recomendo a assistir os vídeos) que ele conta por exemplo em tom humorado e bem emocionado o que ele fazia com seu salário, e mostra a sua vocação desde cedo para os negócios. Depois de tomarmos noção de sua trajetória, de balconista a dono de um império têxtil, de uma família simples a vice-presidente da república, eu te pergunto, seria mesmo sorte? Não, isso é persistência, é coragem de encarar a vida e provar que é possível.
Dos muito sinônimos ditos aqui em se tratando de José Alencar destaco a tenacidade. Ele mesmo fazendo parte do corpo administrativo e governamental do país, fora um crítico ferrenho em se tratando de juros por exemplo. Mais uma prova de seu compromisso com a verdade, de seu caráter e brio. Só mesmo um homem assim, com essas e muitas outras qualidades, teria integridade ao se tratar de críticas. "Não tenho medo da morte, não sei o que é morte". Só mesmo um homem como José Alencar poderia enfatizar essa posição, como muitas vezes fez. Homens assim fazem falta para o Brasil. Mas ele cumpriu sua missão, deixou suas marcas, carimbou sua existência na história. Encerro com os seguintes dizeres que julguei mais adequados ao momento: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé". Meus pêsames.

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