sábado, 4 de junho de 2011

A toalha caiu.

Eis o corpo de bombeiros que se apresentou completamente nú diante de nós. E para surpresa das meninas, está muito longe de ser aquele corpo sarado, moreno de sunga vermelha. Não, o corpo de bombeiros, digamos, está desidratado, fraco, gritando desesperadamente por uma academia! Ou melhor, por melhores condições de trabalho.
Dez, repito, dez ônibus de bombeiros lotados foram levados a um pátio do batalhão de choque, não como convidados ilustres para serem condecorados pelo trabalho, e sim como presos. Presos por requererem melhores salários. Ai do prédio que pegar fogo agora, ou do surfista que se afogar na praia.Quem poderá socorrer? Os doutores engravatados que não são, muito menos eles, os bombeiros presos.
"Essas pessoas que estão sendo penalizadas são as mesmas que salvam vidas em incêndios e nas praias do Rio. Ganham o pior salário da categoria no Brasil. Quero saber se o governador Cabral, responsável por essa operação, consegue se alimentar em Paris com os R$ 950 que são pagos a esses homens e mulheres". Palavras da Deputada Janira Rocha. Bem Deputada, afinal, será que conseguimos ir para Paris com R$ 950?
Na briga entre o Bope, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros quem sai perdendo? A população é claro, como sempre foi e sempre será. Vale salientar que esse " sempre será" será se assim o desejarmos? Meus dedos se cansam quando digito perguntas dessa natureza. E seus olhos, aguentam ler repetidas perguntas? Existe fôlego para mais risadas? Não é preciso dizer quem é a platéia e quem são os palhaços.
Vivemos num mundo em que nos constrangemos ao assistir um espetáculo com dançarinos nús - que aconteceu no teatro Sadler's Wells em Londres. Gritamos horrores, nos ofendemos ao assistir pessoas nuas, que afinal não existe motivos contundentes, porque não há nenhuma novidade e não foge ao natural. A não ser que você seja marciano, jupteriano, enfim. Por outro lado ficamos distantes ao vermos bombeiros sendo presos por pedirem algo de direito e no mais profundo silêncio, dizemos, "pouco me importa". No relógio da razão estamos atrasados alguns, eu diria, minutos, se não horas, dias ou meses.
Se a nossa Cidade Maravilhosa está assim, imagina o Brasil à fora, ou melhor, a dentro. Problemas a parte, esqueçamos disso, porque hoje eu quero mesmo é assistir o jogo de Brasil e Holanda, pegar minha camiseta verde e amarela e gritar com raça "eu sou brasileiro".

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